Imagine um mundo em que as mulheres se apoiam e a rivalidade feminina é deixada de lado. Seria um lugar muito melhor, certo? É isso o que prega a sororidade. Conversamos com Paula Roschel, autora do livro #Sororidade – Quando a Mulher Ajuda a Mulher sobre o tema. Abaixo, a gente conta tudo o que você precisa saber sobre a importância do movimento e como começar a colocar a sororidade em prática hoje mesmo. É fácil e pode salvar vidas!
O que é sororidade?
A sororidade é um movimento social entre mulheres que se percebem aliadas frente aos problemas relacionados ao gênero em uma sociedade ainda muito machista. “Lutamos juntas contra a disparidade salarial, nos unimos para fugir de violências psicológicas, físicas e patrimoniais”, esclarece Paula Roschel.
Em uma sociedade machista e desigual, a sororidade age como uma bolha de proteção, acolhimento e empatia entre as mulheres, uma vez que ouve as reivindicações femininas sem julgamentos. “Uma sociedade que trata mulheres e homens de forma digna tem tudo para se desenvolver melhor”, diz Paula. “Mulheres com maior qualidade de vida e mais valorizadas no mercado de trabalho impactam positivamente, inclusive, em índices de desenvolvimento humano e financeiro”, completa. Em outras palavras, em uma sociedade mais justa todo mundo ganha!
Se você está se perguntando se a sororidade tem alguma relação com o feminismo… Bem, a resposta é sim! “A sororidade é uma bandeira dentro do feminismo”, explica Paula. “O feminismo busca a equidade de gêneros, assim como a sororidade.”
Por que a sororidade é tão importante?
Na prática, a sororidade tem o poder de mudar vidas. “Ela tem a importância prática de salvar mulheres em situação vulnerável e de violência”, diz a autora. “Mas a sororidade tem também um peso no bem-estar muito forte. A partir do momento que você encara a outra mulher como amiga, e não mais como rival, você percebe que o mundo fica menos duro. Você sente menos solidão”, completa.
Como colocar a sororidade na prática
É importante que a sororidade saia do mundo das ideias e vire uma ação cotidiana. Há inúmeras maneiras de colocar a sororidade na prática. Paula Roschel disponibilizou um guia prático de como colocar a sororidade em prática durante a quarentena. Ideias que também podem ser usadas fora da quarentena, em qualquer época do ano. Entre as sugestões estão a compra de pequenas produtoras mulheres, divisão de atividades domésticas e ser como um canal aberto para que outras mulheres possam desabafar. Quando o assunto é sororidade, as mulheres funcionam como uma rede de apoio uma das outras.
Cuidado com a sororidade seletiva
Atenção para a sororidade seletiva! “Sororidade seletiva é quando você só quer olhar com carinho para mulheres de seu grupo de interesse e convivência”, diz Paula. Nesse caso, a empatia só é aplicada para um grupo de mulheres restrito e não envolve parcerias com mulheres diferentes do seu grupo de convívio. “Obviamente que isso não deveria ser considerado sororidade, pois, na raiz, a sororidade é para todas”, destaca a autora.
Sororidade também não é sobre passar a mão na cabeça da mulher que errou e segue errando, que não está disposta a mudar e que agride e ataca outras pessoas. “Sororidade é você não julgá-la pelo gênero, mas trocar ideia com ela, ou até mesmo se afastar, sem que isso enverede para um preconceito de gênero do tipo ‘errou nisso porque é mulher”’, alerta a escritora.